quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Em vez de dólares, Fla leva apenas uma ‘mão de cimento’ de Midas israelense


Óculos estiloso, sorriso perene e muitas promessas. Niv Vigdor entrou e saiu do noticiário do Flamengo (quase) sem deixar pistas. Se não fosse a assinatura dele no cimento do CT do Ninho do Urubu pouca gente se lembraria do israelense que cogitou investir US$ 150 milhões (cerca de R$ 275 milhões) no clube, e no fim deixou como herança algumas dúvidas sobre suas reais intenções.

Atolado em dívidas, o Flamengo se vê às voltas rotineiramente com propostas mirabolantes para tirá-lo do limbo financeiro. Foi nesta esteira que apareceu Niv, em 2006. O investidor convocou até reunião no Conselho Deliberativo para apresentar as ideias que transformariam o clube em uma “máquina de dinheiro”.

Cogitou comprar a sede do Morro da Viúva e ali criar um luxuoso hotel. Mas sumiu, desapareceu. Há quem diga que o empresário, radicado em Miami, ficou assustado com a burocracia do clube. Ou não...

- Assim como ele apareceu, sumiu. Nem acredito que ele pagaria aquele preço excelente no Morro da Viúva. Mas se viesse um cheque com fundo já estava bom (risos) – disse o ex-presidente do Flamengo, Hélio Ferraz.


Helinho, aliás, foi uma espécie de cicerone do israelense no Rio de Janeiro e atesta que os dias de Vigdor foram agitados. As noites também.

- Ele comia bem, bebia bem. Gostava de uma caipirinha, uma moça bonita. Aproveitou bem o Rio.

No Chipre, meses depois, Vigdor se apresentou como executivo do Flamengo e prometeu à cidade de Kyrenia, paraíso turístico do país europeu, que criaria um grande centro esportivo por lá. Nunca mais foi visto. Por pouco, além de promessas, ele também não deixou um prejuízo a Hélio Ferraz. O empresário foi de helicóptero a Angra dos Reis e “esqueceu” de quitar a conta de R$ 7 mil.

- Ele demorou, mas me pagou – disse, com bom humor, o “fiador” do israelense.

A ponte em que Niv Vigdor deixou a sua marca no Ninho do Urubu continua a mesma de três anos atrás. Sobre um córrego de água mansa, quase parada. Bem diferente do luxo que o mecenas desaparecido prometeu.

- Os fatos mostram que o Flamengo caiu no conto do israelense – refletiu Hélio Ferraz.